A não violência e a essência de cada
um
A reação interna de cada
indivíduo com ele mesmo e com as pessoas de seu convívio é fator determinante
para expandir a onda de violência.
Por
Valéria Guizo Duarte
Ahimsa é uma
palavra em sânscrito que significa não violência. No código de regras de
comportamento social da ioga, compilado por Patanjali, por volta do século VI
a.C, aparece como a primeira diretriz universal, para um relacionamento
saudável com nós mesmos e com a comunidade. A não violência está fundamentada
no interior de cada ser pensante. Assim, é importante analisar as reações
internas, procurar melhorar a si mesmo e o relacionamento com os outros. Nesse
caso não basta observar as atitudes, mas também as palavras escolhidas na
comunicação e os pensamentos a respeito de determinada pessoa ou assunto. Se
bem analisado, o tema extrapola as fronteiras do comportamento humano, ao abranger
a história de vida e a saúde física, mental e emocional de cada indivíduo.
A
Organização Mundial de Saúde – OMS – define saúde como “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. É fato
que um organismo saudável permite ao homem usufruir do que é oferecido pela
natureza, trabalhar e integrar-se com os outros seres. Ainda assim, a
importância da saúde só emerge quando os impedimentos trazidos pelas doenças
limitam as atividades prazerosas. Um das constatações de violência contra o
corpo é o fato da maioria da população mundial preferir atender ao sentido do
paladar e só optar pela dieta, quando o organismo esgotado rebela-se ao
manifestar algum tipo de doença.
A
conscientização deveria ser mais eficaz, uma vez que os meios de comunicação
alcançam boa parte dos habitantes do planeta, com programas de bem-estar e
saúde. No entanto, há um processo mental e emocional que impede o ser humano de
fazer as melhores escolhas.
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O cérebro
também necessita de nutrição para ser estimulado contra a violência. Os
questionamentos que se deve fazer são: do que alimento meu cérebro? Que tipo de
informação eu opto para estimular a minha mente? Que filmes e programas
assisto? De que forma esses conteúdos interferem na consciência?
Buda ensinou
que “Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com
nossos pensamentos nós fazemos o nosso mundo.”
A cultura de
não violência deve ser iniciada na intimidade de cada um e, com certeza, requer
esforço. O controle da mente e a capacidade de observar o mecanismo do corpo
são essenciais para o autoconhecimento. A reflexão de quanta violência me submeto
e como abuso do meu corpo facilitará entender o que devo fazer para melhorar. O
corpo e a mente são aliados que possibilitam as ações preciosas para a vida
neste planeta.
O tempo
diário para a observação de si mesmo é um dos exercícios para o autoconhecimento.
Essa experiência despertará a percepção de como temos maus costumes adquiridos
do passado e da cultura violenta em que somos criados. Ao absorver hábitos da
nossa sociedade desde ao nascer, é difícil concluir o quanto se discrimina e incentiva
constrangimentos físicos e morais no círculo de convivência. Assim, há a
nutrição da violência pelo olhar, no momento de cumprimentar ou até mesmo nas
trocas necessárias.
O maior
trunfo é viver o presente com toda atenção, ao adotar comportamentos do que se
quer ver manifestado na realidade. Para isso, não é necessário ferir ninguém,
basta ser você mesmo com bons pensamentos, atitudes agradáveis e palavras
amorosas. A paciência deve ser exercitada a cada instante, afinal nem todos
estão preparados para retribuir boas vibrações, mas com certeza a sua emanação
irradiará e algo mudará para as pessoas que tiveram contato com você.
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