quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A não violência e a essência de cada um

A reação interna de cada indivíduo com ele mesmo e com as pessoas de seu convívio é fator determinante para expandir a onda de violência.

Por Valéria Guizo Duarte

Ahimsa é uma palavra em sânscrito que significa não violência. No código de regras de comportamento social da ioga, compilado por Patanjali, por volta do século VI a.C, aparece como a primeira diretriz universal, para um relacionamento saudável com nós mesmos e com a comunidade. A não violência está fundamentada no interior de cada ser pensante. Assim, é importante analisar as reações internas, procurar melhorar a si mesmo e o relacionamento com os outros. Nesse caso não basta observar as atitudes, mas também as palavras escolhidas na comunicação e os pensamentos a respeito de determinada pessoa ou assunto. Se bem analisado, o tema extrapola as fronteiras do comportamento humano, ao abranger a história de vida e a saúde física, mental e emocional de cada indivíduo.

A Organização Mundial de Saúde – OMS – define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”. É fato que um organismo saudável permite ao homem usufruir do que é oferecido pela natureza, trabalhar e integrar-se com os outros seres. Ainda assim, a importância da saúde só emerge quando os impedimentos trazidos pelas doenças limitam as atividades prazerosas. Um das constatações de violência contra o corpo é o fato da maioria da população mundial preferir atender ao sentido do paladar e só optar pela dieta, quando o organismo esgotado rebela-se ao manifestar algum tipo de doença.

A conscientização deveria ser mais eficaz, uma vez que os meios de comunicação alcançam boa parte dos habitantes do planeta, com programas de bem-estar e saúde. No entanto, há um processo mental e emocional que impede o ser humano de fazer as melhores escolhas.
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O cérebro também necessita de nutrição para ser estimulado contra a violência. Os questionamentos que se deve fazer são: do que alimento meu cérebro? Que tipo de informação eu opto para estimular a minha mente? Que filmes e programas assisto? De que forma esses conteúdos interferem na consciência?

Buda ensinou que “Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos nós fazemos o nosso mundo.”

A cultura de não violência deve ser iniciada na intimidade de cada um e, com certeza, requer esforço. O controle da mente e a capacidade de observar o mecanismo do corpo são essenciais para o autoconhecimento. A reflexão de quanta violência me submeto e como abuso do meu corpo facilitará entender o que devo fazer para melhorar. O corpo e a mente são aliados que possibilitam as ações preciosas para a vida neste planeta. 

O tempo diário para a observação de si mesmo é um dos exercícios para o autoconhecimento. Essa experiência despertará a percepção de como temos maus costumes adquiridos do passado e da cultura violenta em que somos criados. Ao absorver hábitos da nossa sociedade desde ao nascer, é difícil concluir o quanto se discrimina e incentiva constrangimentos físicos e morais no círculo de convivência. Assim, há a nutrição da violência pelo olhar, no momento de cumprimentar ou até mesmo nas trocas necessárias.


O maior trunfo é viver o presente com toda atenção, ao adotar comportamentos do que se quer ver manifestado na realidade. Para isso, não é necessário ferir ninguém, basta ser você mesmo com bons pensamentos, atitudes agradáveis e palavras amorosas. A paciência deve ser exercitada a cada instante, afinal nem todos estão preparados para retribuir boas vibrações, mas com certeza a sua emanação irradiará e algo mudará para as pessoas que tiveram contato com você. 




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