O cérebro e o supercérebro - parte 1

Por Valéria Guizo Duarte

Imagem do site http://www.guia.heu.nom.br

O complexo cérebro humano ainda guarda muitos mistérios. Imagine que mais de 100 bilhões de neurônios - células nervosas - se conectam formando sinapses - redes neurais - com até um quatrilhão de conexões, que reorganizam-se em resposta ao mundo que nos cerca.

A anatomia e fisiologia do cérebro são temas estudados pelos cientistas que anseiam por encontrar respostas para algumas reações cerebrais. 

Esse órgão do corpo humano, protegido pelo crânio, estimula os curiosos a arriscar palpites sobre sua capacidade. Literaturas são publicadas com inúmeras sugestões, enquanto a confirmação das teorias pelas pesquisas científicas são aguardadas. Dentre as inúmeras comprovações, o cérebro humano: controla e coordena a motricidade voluntária; é responsável pelo pensamento abstrato e criativo e pela fluência da linguagem; processa os estímulos visuais e auditivos; possibilita a percepção das sensações como o tato, dor, calor e possibilita a localização no espaço. Com tantas tarefas importantes, é necessária uma atenção especial para esse órgão responsável por  tudo o que fazemos em nosso cotidiano.

Deepak Chopra, escritor e médico indiano radicado nos Estados Unidos, e Rudolph E. Tanzi, professor de neurologia da Universidade de Harvard, escreveram o livro Super Brain – traduzido para o português com o título de “Super Cérebro”.

Nesse livro, os autores defendem que os humanos podem desenvolver um super cérebro e usar com consciência o potencial desse órgão. “O cérebro é infinitamente adaptável, e podemos desempenhar nosso quádruplo papel – líder, inventor, professor e usuário – com resultados muito mais satisfatórios do que fazemos hoje.”¹

No papel de líder, a pessoa transmite ordens ao cérebro e inspira-se a cada instrução recebida pelo estímulo enviado. “O cérebro tem a capacidade milagrosa de quanto mais lhe pedimos, mais ele nos dá.”²

Como inventor, o indivíduo é capaz de criar dentro do cérebro novos caminhos e conexões. “Estamos exigindo muito pouco de nosso cérebro quando deixamos de lhe solicitar novas habilidades todos os dias.”³

Ao agir como professor, novas habilidades são ensinadas ao cérebro. “Como um bom aluno, devo me manter aberto ao que não sei, ser receptivo em vez de me fechar para o novo.” 4

No papel de usuário é responsabilidade da pessoa manter o cérebro em boas condições para funcionar de forma satisfatória. “Hoje a mania de consumir alimentos bons para o cérebro faz as pessoas correrem atrás de vitaminas e enzimas. Mas a nutrição mais adequada para esse órgão é tanto mental quanto física. Álcool e tabaco são tóxicos e expor o cérebro a eles é abusar de sua capacidade.  Raiva, medo, estresse e depressão também representam um uso inadequado.” 5

Na obra os autores caracterizam um cérebro básico e recomendam como agir em cada papel desempenhado por nós para desenvolver um super cérebro . Abaixo estão as afirmações que uma pessoa faz quando usa o cérebro básico e como deve pensar para colocar o super cérebro em prática.

A opção de conduzir o cérebro para desenvolver novas habilidades é só sua. Torne-se um observador silencioso de tudo o que o cérebro faz. Conecte mente e cérebro. Seja determinado e paciente. Experimente ter uma mente harmoniosa e sentir-se em paz. Vale tentar.

Líder

Cérebro básico

• Não me comportei hoje de maneira muito diferente da de ontem.
• Sou uma pessoa metódica.
• Não estimulo minha mente com novas atividades com muita frequência.
• Gosto de familiaridade. É a maneira mais confortável de viver.
• Para ser honesto, existe uma tediosa repetição em casa, no trabalho e em meus relacionamentos.

Super cérebro

• Vejo cada dia como um mundo novo.
• Presto atenção para não adquirir maus hábitos, e, se crio algum, posso abandoná-lo com facilidade.
• Gosto de improvisar.
• Detesto o tédio, que para mim significa repetição.
• Procuro novidades em muitas áreas da minha vida.

Inventor

Cérebro básico

• Não posso dizer que estou me desenvolvendo da maneira como quando era mais jovem.
• Quando aprendo uma nova habilidade, não a levo adiante.
• Tenho resistência a mudanças e às vezes me sinto ameaçado por elas.
• Não vou além daquilo que já domino.
• Gasto muito tempo em atividades passivas, como ver televisão.

Super cérebro

• Vou continuar evoluindo durante toda a minha vida.
• Quando aprendo uma nova habilidade, levo-a o mais longe possível.
• Adapto-me rapidamente às mudanças.
• Se não realizo bem alguma coisa da primeira vez, não tem importância. Gosto de desafios.
• Sou bastante ativo, com apenas curtos períodos de inatividade.

Professor

Cérebro básico

• Estou muito acomodado na maneira como encaro a vida.
• Estou apegado a minhas crenças e opiniões.
• Deixo que os outros tomem a iniciativa de se especializar em algum assunto.
• Raramente assisto a programas educativos ou frequento palestras.
• Já faz um bom tempo que não me sinto verdadeiramente inspirado.

Super cérebro

• Gosto de me reinventar.
• Recentemente abandonei uma velha crença ou opinião.
• Existe pelo menos um assunto que conheço profundamente.
• Assisto a programas educativos e frequento as universidades locais.
• Sinto-me inspirado todos os dias de minha vida.

Usuário

Cérebro básico

• Recentemente, perdi o controle por um momento, em pelo menos uma área de
• minha vida.
• Meu nível de estresse está muito alto, mas eu consigo aguentar.
• Tenho medo de ter depressão ou estou deprimido.
• Minha vida pode tomar um rumo que não desejo.
• Tenho pensamentos obsessivos, aterrorizantes ou ansiosos.

Super cérebro

• Sinto-me confortavelmente controlado.
• Evito situações de estresse afastando-me delas e não lhes dando importância.
• Meu humor é constantemente bom.
• Apesar de acontecimentos inesperados, minha vida caminha na direção que quero.
• Gosto da maneira como minha mente funciona. 

 Livro:

Super cérebro

Como expandir o poder transformador da sua mente.

Deepak Chopra e Rudolph E. Tanzi

Notas:

Livro Super cérebro

1-pág. 31

2-pág. 32

3-pág. 34

4-pág. 35

5-pág. 36